domingo, novembro 07, 2004
A morte é a nossa única certeza. Mas não tem nada mais incerto.
Agora eu tô viva. De repente, você pisca, não tô mais.
Quando é esse de repente? Antes ou depois de eu conseguir pôr pra fora tudo isso que tá preso aqui dentro?
Eu tenho medo da morte. Não da minha.
Tenho medo da morte das pessoas que eu gosto.
Tenho medo de não conseguir demonstrar a tempo o quanto eu gosto.
Tenho medo de perder as chances por vergonha.
Tenho medo de continuar me achando tonta nas oportunidades que eu tenho.
Tenho medo de não aproveitar o tempo que eu tenho com elas.
Tenho medo do vazio que fica.
Tenho medo de não dar tempo de deixar de ser arisca.
Tenho medo de não sair da concha.
Tenho medo.