quinta-feira, dezembro 30, 2004
Retrospectiva
Não fui eu quem teve a idéia de escrever uma retrospectiva. Minha foi a idéia de plagiar.
Como se escreve uma retrospectiva? Não sei, eu nunca fiz isso. Aliás eu nunca escrevi. Tinha que começar a inventar essa moda esse ano? Quem sabe um dia eu aprendo. A deixar de inventar essas modas, porque a escrever vai ser difícil.
Hum, acho que eu tenho que pensar em tudo que aconteceu no ano. É o mais lógico a fazer. Não sou muito boa em lembrar de coisas, minha memória é uma merda. Então é melhor dividir por temas. Familiar, profissional e sentimental.
Com a minha família, bom, no geral foi tudo bem. Foi um ano MUITO difícil, com uma crise feia, mas, apesar de em alguns momentos o desespero ter batido na porta, serviu pra deixar o pessoal mais próximo, mais unido, mais companheiro. Não, as coisas ainda não se resolveram, mas estamos sempre um do lado do outro, assim a gente tem certeza que a coisa vai. Individualmente, acho que o pessoal aqui em casa cresceu bastante, a vida de cada um tá entrando nos eixos, cada um tá assumindo seu papel, os mais novos tão deixando as fraldas e os mais velhos tão voltando pra elas. É a vida. Ah! E nós temos a Ale de volta! Ah de novo! Eu quase virei tia, mas não foi dessa vez de novo. :-(
Profissionalmente, depois de 10 meses desempregada, arrumei um emprego que me parecia o céu. Mas como nada é perfeito fui, aos poucos, enxergando seus defeitos até chegar à conclusão que, ao contrário do que dizem, a primeira impressão, definitivamente, não é a que fica. O ambiente foi ficando pesado, as pessoas foram revelando que não eram tão legais como eu sempre acho que todo mundo é, o salário, além de baixo, passou a ser atrasado. Enfim, tira a tiara, Alice. Mas eu ganhei de presente o melhor chefe do mundo e um super amigo, isso compensa muita coisa. Vou agradecer sempre a quem nos apresentou, que inclusive também foi uma pessoa que eu ganhei de presente esse ano.
Sentimentalmente... Ai ai... Sentimentalmente... Pular essa parte não adianta, né? Não. Então bóra. Foi um ano de muita carência. Eu estive bastante sozinha, às vezes bem comigo mesma, às vezes mal. Conheci um menino que me encantou logo de cara e, por sorte, dessa vez a primeira impressão foi a que ficou. Me apaixonei por ele e as coisas pareciam ir muito bem. Tive momentos de felicidade inocente; de repente, momentos de tristeza esperançosa; depois, momentos de felicidade desconfiada; e, finalmente, uma onda de tristeza, por enquanto, definitiva. Vai passar? Vai... Sempre passa. Uma hora a saudade vai se diluindo, a falta vai ficando mais fraca, o pensamento vai buscando outra direção. Eu só não sei quando, mas vai passar. De qualquer forma, a primeira impressão ficou. Foi mais uma pessoa que eu ganhei de presente e que eu espero conseguir manter, mesmo depois de desembrulhada. Uma pessoa que EU NÃO ODEIO.
Ah, teve o blog também. Eu comecei o blog nem sei pra que. No começo foi meio pra ver como era, depois virou um tipo de terapia, sei lá. Só sei que ele me trouxe coisas boas. Aliás, ele me trouxe pessoas boas. Pessoas que eu não conheceria se não fosse por aqui e jamais me perdoaria se tivesse deixado de conhecer. Afinal, quem mais iria me falar de
Depois disso tudo, não lembro de nenhuma coisa boa que tenha permanecido boa por muito tempo. Todas as coisas boas vieram seguidas de perto por coisas ruins, e bem ruins. As únicas coisas boas que permaneceram boas são as pessoas que estiveram comigo. Pessoas, sempre pessoas. Eu sempre me ligo mais nas pessoas do que nos fatos. Sempre. Pessoas que me arrancam sorrisos. Minha família toda junta, sempre. Amigos que mostraram que realmente são amigos. Amigos que são irmãos, não é de hoje. Pessoas que eu ganhei de presente. Pessoas que tão lá longe, mas que sempre dão um jeito de estar aqui pertinho, nem que seja só pra passar a tarde comigo. Pessoas que eu não vou citar porque tenho medo de ser injusta. Enfim, pessoas. Pessoas que me fazem bem.
Vendo cada rosto na minha cabeça, fui lembrando de algumas cenas. Na maioria, eu tava rindo, não necessariamente de alegria, em algumas, chorando, não necessariamente de tristeza. Mas eu consegui ter a certeza que tenho pessoas com quem eu posso rir e chorar se precisar. E essa certeza já é mais do que eu tinha no fim do ano passado.
Minha promessa de ano novo é conservar essas pessoas enquanto eu puder. Eu espero poder por muito tempo, mas vou começar prometendo conservá-las por mais um ano. E essa promessa eu vou cumprir...